Escolas do 2º e 3º Ciclo do Ensino Básico

Artigo/reportagem

Palavras-chave: consumo energético

Sabia que cada família portuguesa gasta, em energia, uma média de 1800 euros por ano?
Escola Básica Integrada/ JI D. Carlos I (SINTRA)

Sabia que cada família portuguesa gasta, em energia, uma média de 1800 euros por ano?1
 

Energia: no poupar está o ganho

   

 

 

 

 

 

Atualmente uma das nossas maiores preocupações é a energia, não só por ser um recurso do qual dependemos, como também pela parcela que representa no orçamento familiar. Por outro lado, a pressão que a  exploração intensiva dos recursos energéticos exerce sobre o ambiente e a natureza tem sido um assunto que tem merecido uma crescente preocupação, dado o impacto negativo e por vezes até destrutivo que essa exploração
tem provocado. No entanto, e como dizia Lavoisier, na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.

Foi partindo destes princípios que um grupo de alunos da turma E do oitavo ano da Escola
D. Carlos I levou a cabo uma investigação sobre energia e impactos ambientais. O trabalho
destes alunos teve como base a ideia de que cada consumidor pode desempenhar um papel
fundamental na redução do consumo de energia e que deve, em todas as situações, poupar este
valioso recurso. Todos podemos reduzir o consumo de energia com pequenos gestos e cada kwh
que poupamos faz a diferença.

Em 199 inquiridos, a composição média do agregado familiar é 2 adultos e 1,2 crianças.
Por família, os valores médios mensais despendidos em consumo energético são de 59,4€ em
Electricidade, 111,8€ em Gasolina/Gasóleo, 40,2€ em gás, 13€ em transportes públicos e o valor
médio anual gasto em carvão/lenha é de 43,7 €.

Os inquéritos revelaram ainda que 57% das pessoas utilizam lâmpadas de baixo consumo, 50% das pessoas têm em consideração a relação a classe energética/consumo dos electrodomésticos que adquirem, 76% das pessoas utilizam electrodomésticos da classe A (mais eficiente), 60% das pessoas deixa os aparelhos em standby, 40% das pessoas andam a pé substituindo os transportes, 80% das pessoas utilizam transporte próprio, destes 80% apenas 35% o costuma partilhar e 32% das pessoas estão a ponderar recorrer a energias renováveis.

Com este trabalho, verificou-se ainda que existem erros que a população da nossa comunidade escolar comete que podem facilmente ser evitados se, em alternativa, partilhar transportes, desligar os aparelhos eléctricos (sem os deixar em standby), regular a temperatura do frigorífico de acordo com as estações do ano, utilizar lâmpadas de baixo consumo, apagar sempre a luz quando sai de uma divisão, gestos simples que se traduzem em poupança. Como a maioria das pessoas não está a pensar recorrer a energias renováveis, dever-se-ão efetuar campanhas de sensibilização para que o assunto seja seriamente debatido.

Recorrer a energias renováveis é sinónimo de poupar a longo prazo. Esta poupança reflecte-se tanto a nível financeiro, como a nível ambiental, pois são fontes de energia em que não é possível estabelecer um fim temporal para a sua utilização. São os casos das energias produzidas a partir do calor emitido pelo sol, do vento, das marés ou dos cursos de água.

As fontes de energia renováveis são, por definição inextinguíveis, mas limitadas em termos da quantidade de energia que é possível extrair em cada momento. Estas energias caracterizam-se pela capacidade que têm de estar em contínua renovação e, como tal, respeitarem o ambiente, vantagens de peso face às energias tradicionais. Contudo, “não há bela sem senão” e temos que ter em conta que, por exemplo, ao nível da energia solar e eólica, a exploração da energia solar não é rentável em regiões onde a incidência da radiação solar é reduzida e que associados às turbinas eólicas se verificam como efeitos negativos o elevado ruído, a modificação da paisagem e a perturbação na biodiversidade.

Através da análise dos inquéritos, concluímos que no caso da nossa comunidade escolar, o valor inicialmente referido, de 1800 euros, como consumo médio das famílias em energia, é ultrapassado, sendo o dispêndio com o transporte próprio, seguido da fatura da eletricidade os que mais contribuem para esse aumento. Por isso, nunca é demais repetir: Energia- no poupar está o ganho!