Artigo/reportagem

Energia eólica, um projeto com "asas para voar"
Escola Pedro Teixeira (CANTANHEDE)

A energia eólica representa o aproveitamento da energia cinética contida no vento para produzir energia mecânica (a rotação das pás) que pode a seguir ser transformada em energia elétrica por um gerador elétrico.

O vento é utilizado há milhares de anos para responder às necessidades energéticas da atividade humana, por exemplo para propulsar meios de transporte (barcos à vela), bombear água ou permitir o funcionamento de atividades industriais, como era o caso dos moinhos de vento ainda visíveis no cume de muitos montes portugueses. Hoje em dia, a energia eólica é cada vez mais utilizada para produzir eletricidade, seja para utilização local descentralizada, por exemplo em lugares isolados, seja em grandes “parques eólicos” constituídos por vários aerogeradores ligados à rede elétrica.

Os locais, onde se faz este aproveitamento de energia em grandes quantidades, são os parques eólicos, que são um espaço, terrestre ou marítimo, onde estão concentrados vários aerogeradores destinados a transformar energia eólica em energia elétrica.

Para a construção desses parques é necessário, dependendo do entendimento do órgão ambiental estadual, a realização de EIA/RIMA (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) pois a sua má localização pode causar impactos negativos como a morte de aves e a poluição sonora, já que as hélices produzem um zumbido constante.

A energia eólica apresenta variadas vantagens:

• Os aerogeradores modernos constituem modos eficientes de produção de eletricidade, convertendo com elevada eficiência um recurso totalmente renovável, o vento, em eletricidade de grande qualidade;
• A energia eólica produz eletricidade a um custo conhecido, que não depende das variações futuras do preço dos hidrocarbonetos;
• A energia eólica é uma fonte de energia descentralizada que cria atividade económica e empregos em zonas rurais e em maior quantidade por MW (Wind at Work);
• O funcionamento de uma turbina eólica não produz nem emissões tóxicas ou poluentes nem lixo e permite a continuação de atividades.

Parque eólico da Tocha está a avançar

Na nossa região – concelho de Cantanhede - está a avançar um projeto de criação de um Parque eólico, o que será bastante importante para o desenvolvimento económico desta zona.

O Ministério da Economia declarou que o parque eólico da Tocha tem um “relevante interesse público” e, como consequência, o projeto tem luz verde para avançar. Ao todo, foram instalados cinco aerogeradores para produção de energia elétrica, numa área de 22.700 metros quadrados.

O projeto está a ser liderado pela EDP e obteve também parecer favorável da ANACOM, ICNB, o Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade, e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro.

“Este projeto dá reposta às crescentes preocupações globais em termos ambientais e energéticos”, explicaram, no despacho que deu o aval ao projeto, Henrique Gomes e Pedro Afonso Paulo, respetivamente secretário de Estado da Energia e secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território.

Os cinco aerogeradores, de 1.800 KW, correspondem à instalação de uma potência total de 9MW e uma produção de energia elétrica anual estimada de 19,1 GWh. O projeto inclui ainda a construção de uma subestação e de um edifício de comando, uma rede elétrica de cabos subterrâneos entre os aerogeradores e a construção de acessos.

Segundo o Diário de Coimbra, esta é uma área considerada REN (Reserva Ecológica Nacional), pelo que a palavra final coube ao Governo. Em meados de Dezembro, o executivo considerou que o projeto se insere no âmbito da execução da Estratégia Nacional de Energias 2020.

Parque eólico da Tocha (vista Sul da Praia da Tocha)