Escolas do ensino secundário, profissional e superior

Artigo/reportagem

Palavras-chave: consumo energético

Por detrás da Escola
Escola Secundária Avelar Brotero (COIMBRA)

Por detrás da Escola

Para minimizar os consumos energéticos e, consequentemente, ajudar o ambiente, um grupo de alunos da Escola Secundária Avelar Brotero EcoBrotero iniciou um trabalho de investigação das necessidades energéticas da escola, através do tratamento dos dados disponíveis de consumos de energia. A inquirição da comunidade escolar acerca deste consumo e a colaboração com a ISA (Intelligent Sensing Anywhere), que disponibilizou os dados de consumos energéticos na escola, foram os dois pilares em que a investigação se baseou.

Apuraram-se, em alguns meses do ano, gastos exorbitantes que podem ser minimizados através de pequenos gestos. Foram colados autocolantes junto dos interruptores e colocado, no átrio da escola, um computador com acesso aos dados de consumo energético e sugestões de poupança.
Durante este ano letivo (2011/2012), de Setembro a Março, a escola pagou, só de energia elétrica, à EDP, cerca de 55 mil euros. Dos inquiridos, através de entrevistas e de um questionário online, uma boa parte dos alunos reconhece o gasto normal, no entanto a maioria dos funcionários diz que é em excesso e o director acrescentou até que estes excessos ocorreram devido ao uso de ar condicionado e que este chega a gastar quase metade da energia. Conscientes de quão prejudicial pode ser o consumo exagerado de energia os alunos puseram mãos à obra no sentido de poupar energia, ou seja, rentabilizar os recursos, economizá-los e minimizar a energia degradada.

A investigação parece concluir que o local da escola onde se gastava mais era na chamada sala “Central térmica”, onde se situa o equipamento de ar condicionado. A má utilização deste sistema poderá estar na base dos picos de consumo de energia observados nos dados fornecidos.
Houve inquiridos que referiram que não havia nenhum sítio concreto onde se gastasse mais energia, mas que, por exemplo, na iluminação exterior se gastava bastante energia que poderia ser reduzida.
Para justificar alguns picos de consumo, foi calculada a quantidade de energia utilizada em standby, por exemplo, pelos computadores da biblioteca: cerca de 140 euros por ano, utilizando o simulador online da EDP (http://www.eco.edp.pt/pt/particulares/simular/simulador-standby/simular?utm_source=68_simular&utm_medium=cpc&utm_campaign=68_simular).
“É positivo o facto de serem os alunos a tomar estas iniciativas. No entanto, a tecnologia presente na escola não deixa, por vezes, os alunos intervirem diretamente na poupança de energia”, revelou o Diretor da escola. Perante a questão “como os alunos devem então poupar energia?”, respondeu que desligar as luzes e fechar as janelas enquanto o ar condicionado estivesse ligado seria um bom começo.

“Os pequenos gestos fazem grandes efeitos. Cada um pode fazer a sua parte, como seu dever cívico”, referiu um aluno.
Para um desenvolvimento sustentável não é necessário renunciar aos padrões de conforto, apenas evitar os consumos desnecessários.
Este trabalho nasceu no âmbito de um desafio feito à escola por parte da ISA, de um convite da professora de Físico-Química aos alunos, para apresentarem uma comunicação no III Mini Congresso de Ciência por Jovens e, do apelo à participação no projeto Eco-Escolas, pela sua coordenadora, e “ainda bem que surgiu”, como disse a funcionária da biblioteca.

Alunos: Ana Laura Leitão, Ana Simões, Andreia Borges, Antónia Ribeiro, Carlos Poiares, Catarina Morgado, Diogo Amores, Francisco Aldeão, Gonçalo Teles, Guilherme Silva, Joana Coimbra, Joana Silva, Joel Ferreira, Morgana Maia, Sara Pereira, Sofia Antunes
Professoras: Clara San-Bento e Susana Bugalho
Escola Secundária Avelar Brotero, Rua General Humberto Delgado, 3030, Coimbra