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Artigo/reportagem

Palavras-chave: alterações climáticas | consumo energético

Uma chamada à razão!
Escola Sec. de Seia (SEIA)

O nosso planeta está com sérias dificuldades no que diz respeito às alterações climáticas que, ao longo do tempo, vão afectar toda a humanidade, podendo mesmo tornar-se num problema mundial muito grave. Essas alterações não se devem somente a nós humanos mas, em certa medida, contribuímos todos os dias para o excesso de gases de efeito de estufa na atmosfera que estão na base do aquecimento global. As mudanças constantes da temperatura vão provocar o derretimento do gelo e por isso a diminuição da percentagem de água doce no planeta; o aumento do nível das águas do mar, e com isso a inundação de muitas cidades litorais; o aumento das secas e áreas desérticas, e com isso problemas na agricultura e abastecimento de alimentos.
Neste momento o nosso papel talvez seja o de contribuir para alteração dos maus hábitos da humanidade, informando sobre as causas, como o consumo exagerado de recursos naturais, e muito especialmente combustiveis fosseis que lançam gases de efeito de estufa para a atmosfera; consequências, como a falta de água potável ou a diminuição da floresta e da biodiversidade; e muito especialmente sensibilizar para o aumento da eficiencia energética, o uso de energias alternativas, a separação e reciclagem de materiais, o uso racional dos transportes ou a utilização de agricultura biológica.

Tendo consciencia que, embora alguns dos problemas sejam globais, as soluções e as modificações tem que ser locais, e que nós, todos e individualmente, temos o dever de contribuir no dia a dia para essas soluções, decidimos estudar este assunto e aborda-lo junto da população do nosso concelho, fazendo uma entrevista ao vereador do ambiente e inquéritos à população, com vista a elaboração de uma eco reportagem para a energia.
Na entrevista, o vereador do ambiente alertou para alguns dos problemas ambientais do nosso país como o desordenamento do território e a falta de cadastro que, por exemplo, no nosso concelho dificulta a resolução de alguns problemas, como a proteção da floresta ou a conservação da agricultura. Na tentativa de resolução de alguns problemas ambientais, nomeadamente no que concerne às alterações climáticas a autarquia está interessada em criar empregos ligados ao ambiente (green jobs) e tem investido em vários projetos como agenda 21 local, eco2 Seia, mercado municipal, aldeias led, tendo consciência que a população vai aderindo mas que poderia ser mais proactiva.
Uma das soluções, no entender do vereador, para os problemas ambientais seria o condomínio da terra deveria ser alargado a todo o mundo.
No inquérito tentamos fazer o levantamento de conhecimentos, preocupações e sensibilidades da população do nosso concelho face às alterações climáticas, e ainda o interesse pelos projetos que estão a acontecer.

Apuramos que, o conhecimento que os inquiridos têm sobre as alterações climáticas lhe chega através da televisão(96%), jornais(72%) e internet (72%), embora a escola(53%)e mesmo a familia e amigos também são fonte de conhecimento; 98% já ouviu falar de energias renováveis, 81% do protocolo de Quioto, mas 54% nunca ouviu falar de cogeração de energia. Das medidas mais eficazes para combater as alterações climáticas o uso de energias renováveis é considerada a mais eficaz(84%), promover a utilização de energias renováveis(81%) , plantar arvores e cuidar das florestas(80%), combater a desflorestação(78%) e reciclar materiais(77%). A medida que foi considerada menos eficaz foi o aumento do preço da eletricidade(7%).
Quanto aos hábitos que poderiam reduzir a pegada de carbono somente 67% tem a noção que comer menos carne poderia ser solução; sobre o logotipo europeu que identifica os produtos amigos do ambiente, 52 % sabe que é uma flor; mas na energia poupada por não fervermos agua de que não precisamos somente 25% responde que poderia iluminar um terço das ruas da Europa; ou sobre o aparelho que origina mais emissões de Co2 por hora de utilização, somente 16% considerou a caldeira eletrica.

Concluímos que esta população conhece, no geral, esta temática mas no que diz respeito a ações concretas para aplicação e resolução possui ainda poucos conhecimentos.

Quanto às preocupações, os principais problemas ambientais, entendidos como muito graves, variam entre falta de água potável(90%), destruição da floresta (87%), diminuição da camada de ozono (83%), incendios(78%), alterações climáticas, poluição do ar e esgotamento de recursos naturais (74%), sendo a incineração (23%) o ultimo a ser considerado muito grave. Em relação ao ambiente e desenvolvimento somente 23% considera ser muito mais importante a proteção do ambiente do que o crescimento económico e 61% considera importante, mas ainda 10% considera que se deve dar muito mais importancia ao crescimento económico do que à proteção do ambiente, embora a resposta se equilibre, pois 67% considera muito necessário o crescimento económico mas respeitando o ambiente e 33% considera importante esta permissa.

Alguma preocupação e conhecimento é demonstrado quando 90% considera que Portugal deveria investir mais nas energias alternativas e 54% que não deveria investir nada em energia nuclear. Entre as principais soluções apresentadas para as alterações climáticas, os inquiridos consideram todas muito importantes, mudança de vontade politica(74%), mudança ao nível do poder económico(62%) e mudança tecnológica ou cientifica(57%), embora a mudança de comportamento das pessoas é a solução que apresenta maior percentagem de respostas(81%). A responsabilidade na procura de soluções e implementação de medidas foca também a responsabilidade dos cidadãos com 65%, a União Europeia(64%), empresas, governo e ministério do ambiente(61%), câmaras municipais(58%)e ONU e organizações internacionais(51%), ONGs e grupos ambientalistas(48%) e universidades e centros de investigação (45%). Ainda, dentro da mesma linha 81% dos inquiridos considera que aé mesmo pequenas alterações no nosso comportamento diário podem ajudar a evitar as emissões de gases com efeito de estufa que estão a causar as alterações climáticas.

Para além disto conferimos que a população está a adotar hábitos com vista a reduzir estas alterações, 81% compra lâmpadas que consomem menos, 55% reduziu a utilização de ar condicionado e compra eletrodomésticos de classe A, 54% reduziu o consumo de energia em casa, mas somente 9% faz cogeração. Verificamos que 5% que não estão dispostos a reduzir o seu consumo de energia, e alguns hábitos que não estão muito dispostas a mudar, como é o caso da diminuição do uso do automóvel (10%), e a adquirição de veículos elétricos e menos poluentes (28%). Podemos afirmar que as pessoas estão, no geral, dispostas a mudar.
Por fim verificamos que 71% dos inquiridos não tem conhecimento dos projetos municipais no âmbito das alterações climáticas, mas que 75% considera importante a realização dos mesmos, verificando-se ainda que a maior parte desta população não está envolvida em qualquer dos projetos a decorrer (somente 3% estão envolvidos), bem como poucos (10%) gostariam de participar em algum.
Só cabe a nós mudar isto! Pensamos que o nosso inquérito contribuiu, pelo menos para sensibilizar, pois 94 % acharam as perguntas deste questionário com interesse, e para 87 % este questionário ajudou a aumentar os seus conhecimentos no tema. Para nós foi bastante enriquecedor.

Estes dados foram recolhidos através de um inquérito feito, on line, durante os meses de Abril e Maio de 2012, a que responderam 69 pessoas residentes no concelho de Seia, 51% residentes na cidade de Seia e as restantes nas diversas freguesias; 45% da amostra pertence ao sexo feminino; 32% pertence ao grupo etário até aos 22 anos, 15% tem entre 21 a 40 anos, 27% entre os 41-60 anos e 5% mais de 61 anos. As profissões mais significativas dos inquiridos foram professores(28%) e estudantes(14%), sendo as restantes muito variadas.

Figura 1- A serra da Estrela vista da janela da nossa sala, gostamos mesmo e queremos que assim continue!

 

 

 

 

 

 

Figura 1- A serra da Estrela vista da janela da nossa sala, gostamos mesmo e queremos que assim continue!