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Artigo/reportagem

Palavras-chave: pegada ecológica

Palestra: “Pegada Ecológica – economia e diversidade”
Escola EB 2,3/S Artur Gonçalves (TORRES NOVAS)

Inicialmente foi esclarecido o conceito “pegada ecológica”, que surgiu em 1992, sendo apresentada a seguinte definição: quantidade de terra e água necessárias para suportar os gastos materiais e energéticos de uma determinada população.

 

Ao longo do tempo, houve a necessidade de definir concretamente em que consistia o desenvolvimento sustentável. Em 1987, surgiu um relatório da ONU que falava pela primeira vez do desenvolvimento sustentável. Mais tarde, em 1992, realizou-se a Conferência do Rio, com a intervenção de diversos países, onde se procurou introduzir a ideia de desenvolvimento sustentável – um modelo de desenvolvimento económico menos consumista e adequado ao equilíbrio ecológico. Algum tempo depois, em 1996, formou-se um modelo definitivo deste conceito – superfície produtiva necessária para manter o consumo de recursos de energia e absorver resíduos produzidos, excluindo os pólos e os desertos.

 

Metodologias de cálculo da Pegada Ecológica

 

Metodologia de Domenech – Método de cálculo adaptado às características das empresas criado em 2007 que permite recriar os dados necessários ao cálculo dos elementos contabilísticos.

Metodologia de Wackernagel

Segundo este método o cálculo da pegada está dividido em subáreas

  • Área de energia fóssil – área necessária para absorver as emissões de CO2 que produzimos. Cada hectare absorve em média cerca de 5,57% num período de 40 anos.
  • Área de pastagem - área necessária para criar o gado em condições minimamente razoáveis.
  • Área de bosques – área necessária para obter madeira e seus derivados.
  • Área de mar – área necessária que garante o fornecimento de pescado em quantidade razoável.
  • Área arável – área de terreno agrícola necessária para fornecer produtos alimentares a toda a população.
  • Área construída - área necessária para construção de edifícios.

 

 

Vantagens e desvantagens

O cálculo da pegada ecológica tem como vantagens:

  • Fácil comunicação dos resultados obtidos, favorecendo a tomada de decisões.
  • Está centrado no cálculo da área bio produtiva necessária para as nossas necessidades;
  • Estabelece diferentes categorias de superfície, o que permite identificar diversas áreas de actuação;
  • Pode ser aplicado de forma individual, a nível local ou a nível global.

 

No entanto apresenta as seguintes desvantagens:

  • Desconhecimento do cálculo do valor estatístico em termos de serviços prestados pela biodiversidade;
  • Produção de outros gases para além de CO2;
  • Perda de biodiversidade;
  • Sobreexploração ecológica.

 

 

Evolução da pegada ecológica a nível global

 

  • Em 1985 o consumo de recursos tornou-se muito superior á taxa de renovação necessária a subsistência do nosso planeta.
  • A partir de 2030, o nosso consumo vai equivaler a dois planetas Terra.
  • Temos à nossa disposição 1,8 hectares de área biologicamente produtiva.
  • Verifica-se uma exigência mundial de 14, 1 mil milhões de hectares, o equivalente a 2,3 hectares por pessoa.
  • Se todos os habitantes do nosso planeta tivessem o nosso comportamento seriam necessários 2,5 planetas.

 

 

Ranking da Pegada Ecológica de 2007:


1º - Emiratos Árabes Unidos

2º - Qatar

5º -EUA

19º - Espanha

39º -Portugal

 

 

 

Medidas para reduzir a pegada ecológica

É lógico que temos de reduzir os nossos gastos, mas será que reduzir significa abdicar do nosso estilo de vida?

Não. Vamos sim utilizar os nossos recursos de forma mais eficiente sem perder o conforto.

 

Energia

· Instalar detectores de presença em locais de passagem;

· Regular o termostato do ar condicionado um grau a baixo no Inverno e um grau acima no Verão (- 20% do consumo global);

· Desligar fotocopiadoras durante a noite e ao fim de semana (- 40 a 60 % do consumo global);

· Desligar os equipamentos informáticos quando não estão a ser utilizados (-72,5 % do consumo global);

· Instalar unidades fotovoltaicas de microgeração ou de colectores solares, o que vai permitir uma diminuição do consumo de combustíveis fósseis.

 

Água

· Instalar redutores de caudal nas torneiras (- 3,6 litros por minuto);

· Regular os sistemas de rega para o período nocturno reduzindo desta forma a evaporação;

· Instalar reservatórios para aproveitamento das águas das chuvas;

· Optar pela instalação de espécies autóctones nos jardins;

· Diminuir o tempo de permanência no duche.

 

 

Resíduos

· Optar pela utilização de papel reciclado, poupando desta forma 50% de energia na sua produção;

· Optar pela impressão frente e verso o que diminui o consumo de papel e a produção de resíduos;

· Promover a triagem e reciclagem de resíduos, como a reciclagem do vidro que exige menos 50 de energia.

 

Para além da redução dos nossos gastos, há que investir em capital natural, de forma a garantir os serviços vitais prestados pelos ecossistemas através da adopção das seguintes medidas:

  • Evitar a utilização de lagoas temporárias para fins agrónomos, como é o caso das lagoas do sudoeste alentejano;
  • Utilização de tufeiras – ecossistemas muito ricos em anfíbios e plantas carnívoras que são importantes na depuração da água da chuva;
  • A criação de bosques autóctones para preservar as espécies de plantas existentes, uma vez que a monocultura implica a perda de biodiversidade;

 

  • Promover a protecção de espécies que se encontram em vias de extinção, como é o caso dos morcegos, que se encontram bastante ameaçados devido à falta de locais de hibernação.

 

Apesar de não podermos reduzir a nossa pegada ecológica a zero, uma vez que temos a necessidade de consumir para garantir a nossa subsistência, podemos contribuir para a sua diminuição. Com o contributo de todos, podemos tornar o nosso mundo num local melhor para viver.

 


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