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Artigo/reportagem

Palavras-chave: energia das ondas

ENERGIA INESGOTÁVEL ÀS PORTAS DA PÓVOA DO VARZIM
Colégio Casa - Mãe (PAREDES)

Parque de ondas da Aguçadoura é pioneiro na produção de energia renovável.

A produção de energia em Portugal é bastante reduzida relativamente ao que é necessário para satisfazer o consumo interno, representando apenas cerca de 14% do que é necessário. Torna-se, assim, necessário recorrer ao estrangeiro para suprir as carências nas várias fontes energéticas, em especial de petróleo e gás natural, que são as fontes energéticas mais consumidas.

Em termos de valor, o petróleo representa mais de 75 % da energia importada. O seu preço tem grandes oscilações, pois é um produto muito sensível aos diversos acontecimentos de carácter económico, político ou bélico que ocorrem no mundo em cada momento. Estas condições refletem-se nas oscilações das cotações internacionais do petróleo bruto e nos custos das importações.

A necessidade crescente de energia para o desenvolvimento do país e a subida dos preços do petróleo têm como consequência o aumento das despesas na compra de energia, aumentando o peso dos produtos energéticos no total de mercadorias que são adquiridas ao estrangeiro, podendo, então, falar-se em dependência energética em relação ao exterior.

O desenvolvimento de diferentes formas de aproveitamento de fontes energéticas renováveis proporciona ao país uma maior disponibilidade energética, melhora as condições ambientais, devido à redução da utilização de combustíveis fósseis, contribui para o aparecimento de novas atividades e para a criação de emprego, além de possibilitar a exportação de tecnologia e de equipamentos que são concebidos para a exploração das novas fontes.

 
Neste âmbito foi desenvolvido um projeto para o aproveitamento da energia das ondas. Assim, no concelho da Póvoa de Varzim, distrito do Porto, a cerca de 5 km (3 milhas) da costa litoral da freguesia da Aguçadoura, encontra-se o Parque de Ondas da Aguçadoura. Esta área foi escolhida devido à profundidade das águas, energia das ondas, proximidade aos portos marítimos e à facilidade de ligação à rede elétrica.


Este projeto gera energia utilizando três conversores Pelamis Wave Energy, as quais são estruturas cilíndricas articuladas, semi submersas e compostas por secções  ligadas por juntas articuladas. As máquinas têm um comprimento total de aproximadamente 142 metros e um diâmetro de 3,5 metros, pesando cada uma aproximadamente 700 toneladas. Em cada um dos três módulos de potência existem dois geradores com potência nominal de 125 kW. Cada máquina tem assim uma potência global de 750 kW.

 

Numa primeira fase, o investimento total correspondeu a cerca de 9 milhões de euros. A segunda fase do projeto será a de produção e instalação de outras 25 máquinas com objetivo de aumentar a capacidade instalada até 21 MW. Uma vez concluído o projeto, espera-se responder à procura média anual de eletricidade de cerca de 15 mil famílias, evitando a emissão de mais de 60 mil toneladas/ano de emissões de dióxido de carbono em centrais convencionais.

 

O projeto de energia das ondas é uma joint-venture composta por quatro entidades:, EDP, Efacec, Babcock&Brown e a Pelamis Wave Power Limited. O projeto representa um passo significativo nos esforços para viabilizar a energia das ondas como uma fonte de eletricidade comercialmente viável.

Um dos grandes objetivos é que a energia produzida a partir das ondas tenha, num futuro próximo, a mesma importância que tem hoje a energia eólica, onde trabalham hoje, direta ou indiretamente, mais de dez mil pessoas. Assim, além dos benefícios económicos (equilíbrio da balança energética nacional, diminuição das importações energéticas) e ambientais (cumprimento de Tratados e Protocolos relacionados com a emissão de gases de efeito de estufa), esta nova energia pode criar também importantes benefícios sociais, numa região fustigada por elevadas taxas de desemprego.