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Artigo/reportagem

Palavras-chave: energia hídrica

Água como fonte de energia
Escola Secundária Francisco Franco (FUNCHAL)

Água como Fonte de Energia

Sendo assim quanto mais água existe numa região mais diversidade de vida lá há. E pode-se observar isto na Madeira. Podemos observar que na Madeira há realmente grande quantidade de água, e por consequência uma grande e vasta fauna e flora, havendo espécies únicas na nossa região.

Ao longo dos tempos o Homem observou que a água tinha mais utilidades do que apenas ser o bem essencial para a continuação da sua vida, esta podia também melhorar a sua qualidade de vida.

No século II d.C. apareceram os moinhos de água que ajudavam o Homem na sua tarefa de moer trigo, por exemplo, e no século XVII inventaram-se a primeira máquina a vapor com utilidade e sucesso, que foi aproveitada para realizar várias funções e têm vindo a evoluir desde então.

Assim o Homem apercebeu-se que pode tirar muito partido da água, quer a realizar simples funções ou para a produção de energia, e de forma não poluente e tendo uma mais valia, pois a água é uma fonte inesgotável. À energia produzida a partir da água damos o nome de energia hídrica.

A Madeira tem evoluído bastante na produção e aproveitamento deste tipo de energia, como seria de esperar devido à grande quantidade de água que existe na nossa região.

Na Região Autónoma da Madeira (RAM), o potencial hídrico para produção de energia eléctrica é explorado a partir de mini-hídricas. Existem neste momento (2003) 10 mini-hídricas na RAM, completando uma potência total instalada de 50 270 kW, todas elas na ilha da Madeira, uma vez que a quantidade de água na ilha do Porto Santo é muito reduzida.

Presentemente escasseiam os locais onde instalar novas hidroeléctricas, uma vez que já existe uma grande exploração do recurso hídrico para fins energéticos em toda a ilha, pelo que a maximização do aproveitamento do potencial passa sobretudo pela adopção de medidas que permitam melhorar a exploração das centrais existentes.

Estão identificadas vários pontos fracos no sistema, sobre as quais é necessário actuar. São elas: a reduzida capacidade de armazenamento de água, que associada à sua escassez no Verão, leva a que a potência instalada nas centrais seja significativamente desaproveitada nesta época; e as perdas nos canais de transporte.

Prosseguindo uma estratégia de valorização dos recursos disponíveis, definida a nível das políticas energéticas e ambientais da RAM, aumentar os reservatórios de acumulação de água a montante e a jusante das centrais, de forma a garantir potência nas horas de maior procura de electricidade (horas de ponta), é um passo importante para optimizar o sistema produtivo e maximizar o aproveitamento do potencial hídrico existente.

Na Região, existem 10 centrais mini-hídricas com a capacidade total instalada de cerca de 50 270 kW. No quadro seguinte, apresenta-se as dez centrais hidroeléctricas existentes na ilha da Madeira, no ano de 2003.

A participação anual da energia hídrica representa uma parte importante da produção de energia eléctrica da Região. No entanto, a produção hidroeléctrica é condicionada pelas condições hidrológicas anuais, das quais surgem duas consequências: a sua participação é muito variável ao longo do ano e de ano para ano; e em muitos casos a capacidade da hídrica instalada é sub-aproveitada.

Uma das principais mini-hídricas da Madeira é a dos Socorridos. A central dos Socorridos, integrada no Sistema de Aproveitamentos Múltiplos dos Socorridos, é tipicamente uma Central de Inverno, que desempenha um papel importante para o sistema electroprodutor, sob o ponto de vista energético, apesar de ser altamente dependente das afluências de Inverno, na medida em que não tem regularização de caudais. No ano 2003, teve uma produção de 37,8 GWh, o que constituiu cerca de 29% da produção hidroeléctrica e 5% da produção total da Região nesse ano.

A central está dotada com 3 grupos geradores de 8 MW, disponibilizando a potência máxima de 24 MW. Contudo, como se encontra limitada por uma câmara de carga de apenas 7 500 m3 a sua contribuição para garantia de potência é nula no Verão.

Outra mini-hídrica da Madeira é a da Serra de Água. A central da Serra de Água é constituída por duas turbinas de 2 400 kW, com uma capacidade total de 4 800 kW.

Actualmente, nos períodos de Verão, as necessidades de abastecimento público e rega correspondem sensivelmente à totalidade da captação e, devido à pequena capacidade da câmara de restituição, a central funciona normalmente a fio de água, pelo que se pretende aumentar a capacidade de acumulação da câmara de restituição, de forma a turbinar a água nos períodos de ponta, sem afectar os caudais necessários ao abastecimento público.

A localização das mini-hídricas provêm muitas vezes de estudos feitos por estações de meteorologia, pois através destes poderemos saber em que locais o caudal das ribeiras será maior, e por consequência a mini-hídrica terá um maior rendimento.

 

Bibliografia

Ÿ”Técnicas e métodos para a gestão sustentável da água na Macaronésia”, Canárias, Instituto Tecnológico de Canárias, 2005.

Ÿ OBOLS, J. M., “Biblioteca Salvat de Grandes Temas, Crise energética e recursos naturais”, Rio de Janeiro, Salvat Editora do Brasil, 1979.

Ÿ”Enciclopédia, Verbo Luso-Brasileira de Cultura”, Lisboa, Editorial Verbo, 1999.